30 junho, 2010

O mundo do lado de fora da janela...


Demorou. Mas finalmente posso dizer que conheço o verão da Suécia. Os dias estão lindos com temperatura superior a 23 graus.

Mais uma tarde de piquenique no campinho de futebol.
Lund, junho de 2010.

Com os dias quentes não conseguimos ficar em casa. Nossos pés disparam em direção aos locais abertos para aproveitar cada segundo de sol. As pessoas se espalham pelos gramados da cidade fazendo ao ar livre o que estão acostumados a realizar em ambientes totalmente fechados. Alguns lêem, outros estudam , tocam violão, apenas deitam , comem, jogam baralho, conversam entre amigos e tomam sol, muito sol na pele branca pois em alguns meses as águas estarão congeladas e tudo estará coberto de gelo.


Dia de calor e muito o que fazer do lado de fora....
Malmö, junho de 2010.

Engraçado que fui outro dia ao shopping pela manhã e só encontrei "moscas" pelos corredores. As pessoas pouco frequentam pois não podem perder o sol que brilha lá fora. Eu acho curioso pois boa paulistana que sou não ficava uma semana sem ao menos sentir aquele cheirinho de ar condicionado das lojas, ehhhh.....


Bia e Laura felizes da vida na companhia da amiga, do sol e do mar....

Com as meninas de férias , esta semana aproveitamos para conhecer o mar de Malmö que não se compara em nada com as belas praias brasileiras. A quantidade de areia é mínima e cheia de algas mas a água apesar de gelada é ótima. Ao redor há muito verde onde podemos fazer bons piqueniques e até churrasco ,o que é comum por aqui e não somos chamados de "farofeiros" - kkkk.... Ao contrário do Brasil, as praias não dispõem de uma boa infra estrutura . É preciso levar alimentação e bebidas em bolsas térmicas o que é uma delícia de preparar.


Laura e Linnea , amiguinha da escola.
Malmö, junho de 2010.

Lilian e sua filha Linnea com Bia e Laura fazendo castelos de areia.


Aproveitamos ainda as águas oferecidas pelo Folkets Park em Malmö. Um lugar lindo , cheio de verde, de animais e com fontes onde as crianças podem banhar-se em dias de sol.



Folkets Park, Malmö.


Momentos variados são fundamentais para crescer e aprender que a vida é feita de etapas, partes necessárias para que o todo se complete. Estamos aprendendo a nos comportar como as estações. Experimente você também.





26 junho, 2010

A vida nos trilhos...

Feriado na sexta feira e o dia mais proveitoso que já vivemos por aqui. Talvez o dia certo para se morar na Suécia dentro de um momento único de tradição e magia.



Folkets Park, Malmö, junho de 2010.

Comemoramos no dia 25 de junho a Festa do “Midsummer Eve/ Solstice Celebration” como o próprio nome diz para celebrar o solstício de verão com o dia mais longo do ano. Para os suecos a festa ideal acontece ao ar livre e se possível no campo. O amor e o respeito pela natureza constituem um dos elementos chave do espírito sueco. Colher flores é uma das atividades que fazem parte da celebração e as flores do campo são utilizadas para a composição de guirlandas para enfeitar as pessoas junto ao som das músicas e danças populares.



Midsummer - apresentação de danças típicas,
Malmö, junho de 2010.


O auge da festa está na dança em que fazemos em volta de um "mastro" enfeitado para comemorar o midsummer. Todos cantam e dançam em círculos fazendo gestos. Pena que fui para a roda sem minha câmera.

Antes da dança fizemos um grande e saboroso piquenique na grama do Folkets Park, em Malmö. Provei de tudo. Desde lindos e fresquinhos morangos com creme e chantily, a tortas , pastas e arenques enlatados junto de batatas cozidas. Eu, marinheira de primeira viagem levei em minha singela bolsa somente bobagens para comermos. Mas isso não foi entrave pois além do lindo sol que nos aquecia, fomos ainda envolvidos e muito bem recebidos pelos novos e animados amigos já moradores daqui não deixando que faltasse nada para esta inesquecível tarde juntos.



Piquenique pra lá de bom com os que aqui conhecemos pela Sônia, amiga 'virtual' e real.
Malmö, junho de 2010.

Para ser honesta este solstício foi ocasião para grandes e marcantes encontros superando todas as momentos de solidão já vividos neste país.


24 junho, 2010

Eu - e - minhas filhas na escola.

Desde que decidimos vir em família , eu tinha a plena certeza que embarcariam comigo muitas preocupações. Uma delas seria o ambiente social e "acadêmico" das meninas .

Ainda no Brasil buscando informações sobre pré escolas na Suécia, optamos pelo IPSL- International Pré School of Lund- por ser particularmente destinada a pais e filhos que vivem temporariamente no país. Seu currículo permite uma transição mais suave e menos traumática para a criança . A língua é o inglês e os alunos tem o contato diário com diferentes culturas pois a escola recebe crianças do mundo inteiro.

Grande mural na entrada da escola identifica os alunos de diferentes países.


Tenho frequentado as salas diariamante e percebo que todos são respeitados e compreendidos mesmo que falando sua língua nativa. Laurinha por exemplo é muito tranquila, tudo pra ela está bom. A professora comenta que ela brinca conversando em português com os colegas.

- Aisha, vem brincar comigo de baldinho?

Aisha e outras meninas que fez amizades saem para acompanhá-la e brincam como se estivessem falando o mesmo idioma. É incrível como as crianças nos dão uma lição. Aqui a língua ultrapassa fronteiras quando o assunto é "ser criança." Acredito que aos poucos irá aprender o básico para se comunicarem integralmente mas o importante é que agora a escola para ela não é motivo de sofrimento.

Já para Beatriz, a mais velha, ainda me preocupo pois é uma criança que aprecia ir a escola, lê e escreve convencionalmente desde os cinco anos porém é tímida e reservada. Sua adaptação já é mais duradoura e "sofrida". Consegue ainda que tão pequena carregar com ela o stress de não dominar a língua, da incompatibilidade de ensino e consequentemente o da insegurança. Estamos sempre buscando acalmá-la quando compara o ensino daqui com o da escola que estava, quando diz que não quer almoçar mas a professora não compreende o que ela fala ou quando simplesmente tem saudade de ler em voz alta para os colegas.

Bia desenhada por mim e eu por ela.
Dia em que participei da aula , março de 2010.

Confesso que eu também demorei para compreender algumas coisas. Ainda que não comente com elas, me incomodava ver as crianças frequentando o parque da escola por mais de 1h diária- e isso é regra- faça sol, garoa, temporal, neve, caia pedra ou o que o céu desejar para aquele dia... Não importa!

A educação por aqui prioriza o contato da criança com a natureza e há até pré escolas que são ao ar livre o tempo todo. O amor do País com a natureza é revelado através da sua preocupação com o meio ambiente. Há ainda clubes e instituições que organizam atividades ao ar livre como uma espécie de escola da natureza e se estamos falando de educação este assunto não pode faltar por aqui. Penso que o mais curioso ainda é o fato de estranhar o contato dos pequenos com o que temos de mais precioso e de graça neste mundo. Esta é uma lição que vou carregar comigo enquanto mãe e educadora.

Outro fato curioso (e bastante aplaudido por mim) é que os pais dividem as tarefas da escola com todas as outras famílias , educadores, coordenadores e diretora. Semanalmente recebemos um jornalzinho com a descrição de todo o trabalho pedagógico desenvolvido e a desenvolver nas diferentes turmas segundo o planejamento de cada professor. Os pais podem contribuir com os projetos motivando seus filhos a ir ao encontro do objeto de estudo descrito no documento. Há ainda dias em que somos convidados a participar da rotina dos filhos na sala de aula. Tudo é realizado com transparência e as crianças percebem o quanto aquele espaço é também importante e valorizado pelos pais. A escola não é apenas um lugar para "guardar" os pequenos enquanto as famílias estão ausentes.

Hora do lanche e Laurinha com a Bia conhecendo a escola.

A limpeza do prédio também é feita pelas famílias. Há uma escala no mural de entrada com divisão de tarefas e muito trabalho para deixar o espaço de aprendizagem dos filhos mais harmonioso e agradável. Os que ali frequentam buscam manter o local limpo preservando o que é do coletivo . Pra vocês verem que continuo aprendendo neste País... Com tudo!

Neste momento as meninas estão em férias. Em agosto um novo ano letivo se inicia. Laurinha continuará na mesma escola mudando apenas de turma. Bia que ainda estava em adaptação, agora com seis anos não mais poderá frequentar a pré escola. Foi matriculada no ISLK -Katedralskolan e terá que enfrentar mais de perto outros desafios. Soube que em seu currículo irá participar semanalmente de aulas de português ( ela gostou). Duas de suas amigas da antiga escola estarão com ela em mais esta jornada. E é claro eu e o pai o tempo todo. Torçam por nós!




23 junho, 2010

Agora é brincar de viver.....


Para uns pode parecer besteira, outros não dão importância, mas quando acontece com a gente... enchem o nosso dia de felicidade!

Passarinhos na janela

Pijama de flanela

Brigadeiro de panela


Gato andando no telhado

Cheiro de mato molhado

Disco antigo sem chiado

Pão quentinho de manhã



Dropes de hortelã

O grito do Tarzan

Tirar a sorte no osso



Jogar pedrinha no poço

Um cachecol no pescoço

Papagaio que conversa

Pisar em tapete persa

Eu te amo e vice-versa


Vaga-lume aceso na mão

Dias quentes de verão

Descer pelo corrimão

Almoço de domingo

Revoada de flamingo

Herói que fuma cachimbo



Anãozinho de jardim

Lacinho de cetim

Terminar o livro (lê-se dia) assim....

Otávio Roth - "Duas dúzias de coisinhas à toa que deixam a gente feliz."


...a felicidade é feita de pequenas coisas, que acontecem de repente e podem até passar despercebidas mas que são capazes de fazer adultos e crianças sentirem a mesma alegria.





Abraços!
Françoise

21 junho, 2010

Deixa a vida me levar....

Não sou Zeca Pagodinho mas tenho deixado a vida me levar de mansinho. Vivia intensamente e dava tudo de mim na minha corrida vida interiorana. Hoje estou mais para "sentar e ver a vida passar" como escreveu nossa querida Beth dias desses.

Sempre fui "neurótica" com os afazeres da casa , do trabalho e com tudo que precisaria dar conta, isto me consumia e eu acabava com sobrecarga pois demandar ações a serem executadas sempre foram motivo de sacrifício para mim exigindo que as coisas saissem como idealiza e isto nem sempre é possível pelo olhar de outros. Estava no meu limite e assim a vida tornou--se muito mais difícil no trabalho e em casa. Era mesmo momento de parar e retomar, observar a vida de um ângulo diferente daquele.

Com todas as perdas que as escolhas nos proporcionam cá estou eu olhando o verde de perto, preparando minha comida , brincando de casinha , de bonecas, pisando na areia dos parquinhos, andando de bicicleta e vendo a vida passar. ....

Feirinhas nos centros de Lund


De manhã depois que deixo as meninas na escola vou para a academia a pé, por vezes paro em algum lugar para tomar um café com leite observando a rotina das pessoas que por mim passam . Tiro fotos, paro, sento, caminho. Após a academia, como minha banana pouco saborosa mais importante para minhas câimbras,sigo para casa para preparar o almoço que será acompanhado do marido. Há dias em que estou mais para bater pernas, observar vitrines, provar roupas e entrar em grandes lojas. Outros pra ler um livro, assistir um desenho junto as meninas, comer pipocas ou morangos fresquinhos, olhar pela janela, escrever e ler posts de amigos. Há ainda dias de conversas na cozinha, ehhhh....


Márcio , Bia e Laurinha brincando com seus aviõzinhos de papel...


As tardes são intensas na companhia das minhas inseparáveis Bia e Laura. Quando pedem para passear, fazer piquenique ou brincar no campinho de futebol, lá vamos nós com disposição e alegria no coração.

Outro companheiro inseparável nesta Suécia é o verdinho. Sim , os ônibus que circulam pela cidade e por toda a região SKANE. Com o cartão Jojo e agora Jojo summer podemos fazer viagens ilimitadas em todo o sul da Suécia, durante dois meses do verão com Skanetrafikens trens e ônibus.

No mais, o encanto é ainda maior quando pequenos momentos transbordam de significados e a paz conforta o nosso saudoso coração.



Piquenique e esconde- esconde no campinho de futebol.
Lund, maio de 2010.

Por enquanto,

Só posso levantar

As mãos pro céu
Agradecer e ser fiel
Ao destino que Deus me deu
Se não tenho tudo que preciso
Com o que tenho, vivo
De mansinho lá vou eu...

Se a coisa não sai
Do jeito que eu quero
Também não me desespero
O negócio é deixar rolar
E aos trancos e barrancos
Lá vou eu!
E sou feliz e agradeço
Por tudo que Deus me deu...


Da sacada- observando o desenho do céu de uma noite azul.....


"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."
Fernando Pessoa


Este post pertence ao último dia da brincadeira "Vida Simples" direcionado pela Mila Viegas cujo tema é livre.

17 junho, 2010

Conversas na cozinha...(2)



Google

- Ando com sono acumulado.

-Acumulado???? Você?

-Sim. Está rindo de quê? Neste lugar não escurece, não consigo dormir cedo e às 4h da madruga já está dia.

- Feche os olhos ué.

-Ahhhhh, por acaso eu durmo de olhos abertos?

-Se estivesse no Brasil também não dormiria nesta época do ano.

-Ah é? Por que?

- Esqueceu das Vuvuzelas?

- Chega disso, você não está me entendendo!

- Volta aqui....

- Não, vou dormir acordada!

15 junho, 2010

Bia faz anos...

Hoje Beatriz faz seis anos e este é o seu primeiro aniversário longe dos primos e dos avós que tanto ama. Mas eles estavam aqui. Santo correio! Ela recebeu os presentes e foi eu que chorei, chorei e chorei.

Parece que foi ontem que a recebia em meus braços inseguros e trêmulos. Já é uma mocinha,ehhhh - é ela quem diz isso! A minha menina "que faz os outros felizes", é este o significado do seu nome, me surpreende a cada segundo do dia com suas façanhas.


Parabéns em família e com a presença ilustre da sua melhor amiga da escola.

Quando olho pra ela me vejo no espelho. Somos muitos parecidas. Arisca, envergonhada , sem jeito e por vezes de mau humor diz que ama e sabe amar de maneira singular. Bibi é arteira, sapeca, vive inventando coisas. Gosta de desenhar e pintar. Aprecia um bom prato de arroz , feijão , pizza e feijoada. Minhas comidas não são iguais a da vó Gorete mas tá bom vai! Sincera demais.....

Hoje o aniversário é dela e sou eu que a tenho como o maior presente do mundo!!

Tão esperta, pediu que a levasse para passear sozinha enquanto a Laurinha estivesse na escola. Tomamos café no mercado, provou roupas, ganhou um sapato e almoçou no seu amado Mc'Donalds.



Vovó Gorete, vovô Marcos, tia-madrinha Flávia, Lucas e Momo, ela leu todas as cartinhas sozinha mas adivinhem a que mais gostou? Do primo Lucas é claro! Ao amigo Felipe pelo cartão virtual, nosso imenso abraço. Muitíssimo obrigada por marcarem presença em seus 6 aninhos mesmo que de longe. Agora não falta mais nada!


Eufórica lendo as cartinhas e recebendo os presentes brasileiros...


Ah, já ia me esquecendo.... Ela disse que só faltou a Puquinha!!!!
kkkkkk.........

13 junho, 2010

Um lugar com cheiro de infância.


É fato que morar longe das pessoas que amamos aflora as emoções e mexe com nossa maneira de pensar e agir. Diferentes posts lidos nesta blogosfera fizeram-me lembrar da minha infância e com ela alguns dos momentos vividos junto aos meus avós.

Como hoje é dia de escrevermos sobre "Lugares" na brincadeira Vida Simples sugerida pela Mila Viegas, contarei um pouco da roça , lugar onde moravam .

Um canto "simples" e cheio de boas recordações. É claro! Lugar anteriormente habitado pelos meus bisavós deixou para nós bisnetos e netos bons momentos... Quando avós se mudaram lembro-me que a energia não chegava na casa e vô Mozart esquentava a água num tacho bem grande em uma fogueira aproveitada ainda para assar pinhão e batata doce. O banho era de caneca mas fazíamos a festa. Irmãos saiam contra a vontade da minha mãe para caçar rolinhas e rãs que posteriormente eram fritos em uma frigideira especial reservada por minha avó . Nos domingos o pastel de feira era feito pelo meu avô e o caldo de cana espremido por nós na máquina do bisa.

Na casa da roça, parte da família reunida.

Minha avó com suas mágicas e gordinhas mãos faziam milagres naquela cozinha. É quase impossível citar os milhões de pratos em que ela fazia para agradar a cada um dos netos.



Bia correndo atrás das galinhas...

Durante a semana o banho era no riozinho onde também passávamos argila cinza no corpo, nadávamos na piscina natural da serra, subíamos no morro e chegávamos de tarde completamente infestados de carrapatos pelo corpo. A noite as beliches do quarto transformavam-se em cabaninhas para a brincadeira do "gato mia" até que minha tia-madrinha contava como ninguém milhões de histórias para que pudessemos dormir. Dia seguinte, tudo de novo....

... a história se repete...
Os bisnetos curtindo a roça do meu avô.

Não posso deixar de dizer que meu avô participava da bagunça como criança. Hoje a história se repete com seus bisnetos que o amam e aproveitam a roça como fazíamos nós. Beatriz é desde pequena apaixonada por ele. Vejo que faz com ela as brincadeiras que fazia comigo.

Vô Mozart ainda conosco é exemplo de quem ama viver e luta incansavelmente pelas doenças que tem desde que me conheço por gente. Vó Odilía se foi mas vive conosco nas lembranças doces, salgadas , no sorriso meio de lado , nas eternas recordações de quando me defendia das brigas com meus irmãos.

Meu avô não desgruda daquele lugar, tirá-lo de lá é quase que arrancar-lhe a própria vida. Fico imaginando que acorda todas as manhãs com minha avó ao seu lado . Lembrei-me agora do filme "UP" com sua história simples e cheia de bons sentimentos. O mesmo cheira o vazio da solidão e a saudade do colo de vô. Penso que assim como o Sr. Fredricksen, vô Mozart voará pra sempre com sua casa no coração junto da sua amada Odília.


Fonte: daqui

Difícil traduzir em palavras. Só o amor é que fica. Depois que vó Odilia se foi a roça pra nós (netos) nunca mais será a mesma apesar de ser sempre "a roça."


Vó Odilía e vô Mozart, dia do meu casamento - Julho de 2002.

Não achei que escrever sobre aquele lugar pudesse mexer tanto comigo..... Aquela casa é muito mais do que descrevi.

...por hoje é só.


ü Roça : Itajubá, Minas Gerais



11 junho, 2010

Isso que dá ...

Olá,

Sou eu mesma, baguncei todo o meu blog. Fui conhecer os novos designs sugeridos no painel e num clique mudou tudo . O pior é que não consegui mais arrumar. Já passa das 11h40 da noite. Depois dessa vou dormir, e chateada!

Arrumo amanhã. Quer dizer, vou TENTAR!

Isso que dá não ter nada pra fazer.....

10 junho, 2010

Conversas na cozinha... (1)


Dizem que o verão chegou. Estou achando graça pois ainda faz 15 graus.

Conversando com marido na cozinha de casa, tento compreender como as emoções brotam com a mudança das estações tão bem definidas. Mas contam que este ano está atípico. Para a época , as chuvas estão exageradas e as temperaturas oscilando demais. Semana passada quando não estava tão animada, a alegria despertou num passe de mágica. Isso pois o sol brilhava lá fora e com ele o desejo de ser feliz.

Provável que seja sueco. Tarde de muito sol...(21graus),da janela da minha cozinha, é claro!

As pessoas parecem despertar para a vida e o que pra mim é banal ou até estranho, torna-se incomum e maravilhoso de fazer. O quê?


...balão qualquer em um domingo de sol na sacada de casa.

Lund, junho de 2010.

Deitar na grama, ler um livro e lagartear no sol como nunca fiz no Brasil. Lá o sol brilha quase que diariamente e pra mim ele é só o sol, mais nada. Sol que incomoda , que agride e queima. Aqui ele é o SOL, maravilhoso, claro, cheio de vida e beleza. É a estrela da festa! Ele brilha por fora e por dentro da gente, seria perfeito se viesse todos os dias…. Essa semana foi embora de novo. Pena....

Os dias já estão longos e com a claridade nos olhos o organismo parece não responder quando às 11h da noite precisamos deitar e imaginar a escuridão para descansar. É fantástico!


claridade depois das dez da noite...

Conversamos ainda que achamos curioso e diferente as escolas fecharem agora durante oito semanas. Muitas pessoas vão para as suas casas de verão e algumas crianças vão para colônias de férias ou acampamentos. São as ferias chegando. Muitos estudantes saem as ruas de branco fazendo algazarra e comemorando o encerramento do ano letivo. Algumas confraternizações acontecem e a cidade morre. Ainda mais Lund ...


É agora que muitos buscam pelos empregos de verão. Disse a ele que sentiria imenso prazer em trabalhar aqui limpando Mc'Donalds, verificando bilhetes no trem ou ainda dirigindo ônibus pela cidade. De verdade! Não seria vergonha nenhuma pra mim. Vivendo , aprendendo e enxergando melhor!! Sabem do que estou falando, no Brasil fazer uma coisas dessas? Que feio, infelizmente somos influenciados pela cultura de um povo e carregamos isso conosco durante toda uma vida, podia ser diferente mas não é.

...enquanto isso,

Permanecemos em adaptação, nos surpreendendo com os passarinhos na sacada, com a árvore que balança, com o sol que brilha ou com a chuva que cai. É vida, não dá pra parar, não dá pra morrer. É preciso continuar sonhando. Sempre!

Até!

"Se as pessoas não sonharem mais, não criarem seu próprio mundo interior, em contraste com sua existência medíocre, não conseguirão sobreviver."

Wolfgang Petersen